O que é obesidade?
A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, que traz riscos à saúde física e emocional. Ela está relacionada ao desenvolvimento de diversas doenças, como diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono, doenças cardiovasculares e até alguns tipos de câncer.
Durante muito tempo, a obesidade foi tratada apenas como um problema de comportamento — mas a ciência já provou que essa visão é incompleta e, muitas vezes, injusta.
Obesidade tem causa genética?
Sim, a genética é um fator importante no desenvolvimento da obesidade. Estudos mostram que cerca de 70% dos casos de obesidade têm origem genética. Isso significa que algumas pessoas nascem com maior propensão a acumular gordura, a sentir mais fome, a ter metabolismo mais lento ou menor saciedade.
Esse fator genético não determina seu destino, mas influencia diretamente como o seu corpo responde à alimentação, aos hormônios e ao estilo de vida.
Além da genética: outros fatores da obesidade
A obesidade é multifatorial. Ou seja, além da genética, outros elementos contribuem para seu desenvolvimento, como:
🔹 Alterações hormonais
Desequilíbrios nos hormônios da fome e saciedade, como leptina, grelina e insulina, podem dificultar o emagrecimento e favorecer o ganho de peso.
🔹 Estilo de vida
Má alimentação, sedentarismo, sono inadequado e estresse crônico também impactam no peso corporal — mas, em pessoas com predisposição genética, esses fatores têm um efeito potencializado.
🔹 Ambiente obesogênico
Vivemos em um mundo que facilita escolhas alimentares pobres em nutrientes e impede práticas saudáveis no dia a dia. Esse ambiente afeta a todos, mas ainda mais quem tem predisposição genética.
Por que “comer menos e se mexer mais” não funciona para todo mundo?
Essa frase simplista ignora a complexidade da obesidade. Para a maioria das pessoas, cortar calorias e fazer exercícios não é suficiente para uma perda de peso efetiva que impacte na doença e suas comorbidades, principalmente quando olhamos o longo prazo.
Por isso, tratar a obesidade exige um plano individualizado, com acompanhamento profissional multiprofissional, que avalie todas as causas envolvidas.
Obesidade tem tratamento — e não é só força de vontade
A boa notícia é que a obesidade tem tratamento. E ele começa com o reconhecimento de que se trata de uma doença — não de uma falha pessoal.
Os melhores resultados vêm de uma abordagem integrada e personalizada, que inclui:
- Avaliação médica detalhada (incluindo histórico familiar e exames laboratoriais);
- Apoio nutricional e psicológico;
- Acompanhamento físico orientado;
- Uso de medicamentos, quando necessário;
- Em alguns casos, procedimentos como balão intragástrico ou cirurgia bariátrica.
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Quando desconfiar que a obesidade tem origem genética?
Alguns sinais que indicam influência genética na obesidade:
- Dificuldade extrema para emagrecer, mesmo com dietas e exercícios;
- História familiar de obesidade;
- Ganho de peso precoce (ainda na infância ou adolescência);
- Compulsão alimentar ou saciedade tardia;
- Presença de doenças metabólicas (como resistência à insulina ou SOP).
Se você se identifica com essas características, é fundamental buscar avaliação com especialistas.
Conclusão: você merece acolhimento, não julgamento
A obesidade não é falta de esforço, não é preguiça e não é descuido com o corpo.
Ela é uma doença complexa, que precisa ser tratada com ciência, empatia e estratégia personalizada.
Se você já tentou de tudo e não obteve resultados, talvez o problema esteja justamente na abordagem.
Você não está sozinho(a). E sim, é possível emagrecer com saúde, segurança e acompanhamento correto.